As novas regras do sistema tributário brasileiro exigem adaptação rápida de processos, precificação e gestão fiscal, especialmente entre as PMEs.

A reforma tributária é um dos temas mais discutidos no meio empresarial e promete mudar profundamente a forma como as empresas brasileiras recolhem impostos.

Para pequenas e médias empresas, que representam mais de 90% dos negócios ativos no país, o impacto será direto — tanto na rotina contábil quanto na formação de preços, no planejamento financeiro e na relação com fornecedores e clientes.

Com a aprovação da Emenda Constitucional nº 132/2023, o Brasil iniciou a transição para um novo modelo baseado no IVA (Imposto sobre Valor Adicionado), dividido em duas partes: a CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que será federal, e o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), de competência estadual e municipal.

Essa mudança busca simplificar o sistema, reduzir a sobreposição de tributos e aumentar a transparência fiscal — mas, na prática, exige atenção e preparo das empresas para evitar erros e custos desnecessários.

O que muda com o IVA

O modelo do IVA unifica uma série de tributos que hoje dificultam a vida do empresário, como PIS, Cofins, ICMS, ISS e IPI, substituindo-os por dois impostos de base ampla, incidentes sobre bens e serviços de forma não cumulativa. Ou seja, cada etapa da cadeia produtiva passará a pagar imposto apenas sobre o valor agregado, e não mais sobre o total da operação.

Na teoria, o sistema fica mais simples. Na prática, porém, a transição exigirá reestruturação contábil, adequação de softwares e revisão de contratos. As pequenas e médias empresas precisarão compreender como a CBS e o IBS incidem sobre suas atividades, além de ajustar o fluxo de caixa e a precificação para evitar desequilíbrios financeiros durante o período de adaptação.

Quem será mais afetado?

Os impactos variam conforme o setor e o regime tributário. Empresas que atuam no comércio e na prestação de serviços devem sentir as maiores mudanças, especialmente aquelas que hoje se beneficiam de alíquotas menores de ISS. Como a tendência é de uniformização de alíquotas, atividades que hoje pagam menos poderão ter aumento na carga tributária.

Já os setores industriais e de distribuição, que sofrem com a cumulatividade de impostos e com a complexidade do ICMS, devem ser beneficiados pela simplificação e pela transparência no crédito tributário. No entanto, todos precisarão ajustar seus sistemas de emissão de notas, relatórios fiscais e controles internos para adequar-se às novas regras.

Empresas enquadradas no Simples Nacional terão, em um primeiro momento, menor impacto direto — mas isso não significa que estão livres de mudanças. A reforma prevê estudos para a integração gradual do Simples ao novo modelo, o que exigirá, no futuro, ajustes e replanejamento tributário.

Efeitos sobre a precificação e o fluxo de caixa

Um dos pontos mais sensíveis será a formação de preços. A nova estrutura do IVA muda a lógica da incidência tributária e, consequentemente, a margem de lucro e o custo final dos produtos e serviços. Será necessário recalcular valores com base nas novas alíquotas e na possibilidade de crédito sobre insumos, para evitar perda de competitividade ou repasse excessivo ao consumidor final.

Além disso, a não cumulatividade plena do novo sistema exigirá controle rigoroso de créditos e débitos fiscais. Pequenas falhas no registro de notas ou na classificação tributária podem gerar prejuízos e atrasos no recebimento de créditos. Assim, o planejamento de fluxo de caixa passa a depender diretamente de uma contabilidade bem estruturada e alinhada às novas exigências.

Transição: o maior desafio

A reforma será implantada gradualmente entre 2026 e 2033, o que significa que o país conviverá com dois sistemas em paralelo por vários anos. Durante esse período, a gestão tributária das empresas precisará lidar com regras antigas e novas simultaneamente — exigindo acompanhamento técnico constante para evitar inconsistências e bitributação.

Essa fase de transição será especialmente delicada para PMEs, que nem sempre contam com equipes internas de compliance fiscal. A ausência de planejamento pode resultar em pagamento indevido de impostos, perda de créditos e autuações. Por isso, preparar os sistemas, revisar contratos e atualizar processos agora é fundamental para garantir uma adaptação tranquila.

Como se preparar para as mudanças

  1. Atualizar os sistemas contábeis e fiscais: softwares precisam ser configurados para lidar com a CBS e o IBS, além de acompanhar mudanças nas alíquotas e nas regras de crédito.
  2. Rever a precificação e a estrutura de custos: empresas devem simular diferentes cenários tributários para manter margens saudáveis.
  3. Treinar equipes administrativas: é importante que todos compreendam o novo modelo, desde o financeiro até o setor de compras e vendas.
  4. Buscar orientação contábil especializada: o acompanhamento de profissionais experientes ajuda a interpretar corretamente as regras e planejar a transição de forma segura.

O papel da contabilidade consultiva

Nesse cenário de transformação, o contador deixa de ser apenas um executor de obrigações fiscais e assume o papel de consultor estratégico. A contabilidade consultiva permite antecipar impactos, ajustar práticas e orientar empresários sobre decisões de investimento, contratação e precificação.

A inteligência contábil aplicada à reforma tributária faz toda a diferença: ela traduz a legislação em dados concretos, identifica oportunidades de economia fiscal e previne riscos de autuação. Mais do que nunca, a contabilidade passa a ser ferramenta de gestão e competitividade.

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