A substituição de PIS, Cofins, ICMS e ISS por CBS e IBS vai transformar a rotina fiscal e contábil das empresas, exigindo planejamento antecipado e ajustes nos sistemas de gestão.

A Reforma Tributária é considerada uma das mudanças mais profundas no sistema fiscal brasileiro em décadas. Prevista para iniciar em 2026, ela traz uma promessa de simplificação, mas também um grande desafio para empresas de todos os portes.

A transição vai exigir muito mais do que compreender as novas regras: será necessário reorganizar processos, revisar sistemas de ERP, capacitar equipes e preparar relatórios em formatos inéditos.

Segundo o Ministério da Fazenda, a reforma deve consolidar cinco tributos — PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS — em dois novos impostos: a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), de competência federal, e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), de caráter estadual e municipal. A unificação promete reduzir a complexidade da apuração, mas cria um período de adaptação em que conviverão as regras antigas e as novas.

O que muda na prática para as empresas

A principal mudança está na substituição dos tributos atuais. Hoje, cada imposto possui regras próprias de cálculo, base de incidência, exceções e obrigações acessórias. Com a reforma, a expectativa é simplificar esse processo, mas até 2032 haverá um período de transição em que empresas precisarão lidar com ambos os sistemas.

Entre os impactos diretos destacam-se:

  • Extinção de PIS e Cofins: substituídos pela CBS, com alíquota única estimada em 12%.
  • Substituição de ICMS e ISS pelo IBS: imposto gerido por estados e municípios, que ainda definem critérios de arrecadação.
  • Fim do efeito cascata: os novos tributos serão não cumulativos, permitindo maior transparência no preço final.
  • Créditos tributários mais claros: empresas poderão abater créditos de forma mais simples, reduzindo litígios.

De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), os custos administrativos relacionados ao cumprimento de obrigações fiscais no Brasil chegam a 1,5% do PIB ao ano. Com a reforma, espera-se redução desses custos, mas somente para quem estiver preparado.

Ajustes necessários em sistemas e processos

A adequação não se restringe ao departamento fiscal. Toda a estrutura administrativa das empresas será impactada.

  1. Sistemas de ERP e gestão
    Programas de contabilidade e emissão de notas fiscais precisarão ser atualizados para contemplar as regras de CBS e IBS. Sem isso, há risco de erros em apuração, atrasos na entrega de obrigações e multas.
  2. Rotinas contábeis
    Equipes terão que adaptar o registro de operações, já que a base de cálculo e a forma de crédito tributário sofrerão alterações. Treinamentos contínuos serão indispensáveis.
  3. Controles internos
    Empresas precisarão reforçar mecanismos de compliance para monitorar a correta aplicação das novas regras, garantindo que não haja inconsistências nas informações prestadas ao fisco.
  4. Emissão de documentos fiscais
    Notas fiscais eletrônicas e declarações acessórias passarão por ajustes. Isso exigirá testes prévios e integração entre departamentos de compras, vendas e contabilidade.
  5. Relatórios gerenciais
    Como as alíquotas e créditos mudam, relatórios de custo e precificação também precisarão de reformulação.

Segundo pesquisa da Deloitte publicada em 2024, 72% das empresas brasileiras ainda não iniciaram um plano estruturado para a transição tributária. Isso mostra que muitas podem enfrentar dificuldades nos primeiros anos da implementação.

Os riscos de não se preparar a tempo

Adiar a adaptação pode trazer consequências severas. Entre os principais riscos estão:

  • Autuações e multas por erros na apuração ou atraso no envio de informações.
  • Perda de créditos tributários, que podem gerar aumento no custo operacional.
  • Retrabalho e falhas operacionais devido à falta de integração nos sistemas.
  • Perda de competitividade, já que empresas mais preparadas terão condições de precificar melhor seus produtos.

Um exemplo real aconteceu na implementação da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), em 2008. Muitas empresas que deixaram para ajustar sistemas na última hora enfrentaram paralisações, entregas atrasadas e até perda de contratos. O mesmo cenário pode se repetir com a Reforma Tributária, mas em escala muito maior.

Estratégias para uma transição segura

Para evitar esses problemas, especialistas recomendam iniciar o planejamento já em 2025. Algumas medidas práticas incluem:

  • Mapear os impactos da reforma no modelo de negócio, identificando quais áreas serão mais afetadas.
  • Atualizar o ERP e manter contato com fornecedores de software para acompanhar cronogramas de adequação.
  • Treinar equipes de contabilidade, financeiro e fiscal para que estejam familiarizadas com a nova legislação.
  • Revisar contratos com clientes e fornecedores, ajustando cláusulas que envolvam tributos.
  • Criar grupos de trabalho internos, envolvendo diferentes departamentos para monitorar os avanços da implementação.
  • Buscar consultoria especializada para orientar sobre riscos e oportunidades, evitando interpretações equivocadas da lei.

A Receita Federal estima que, mesmo com a transição gradual, os efeitos da reforma serão sentidos desde o primeiro ano. Ou seja, as empresas que se organizarem antes terão vantagens significativas.

O papel da contabilidade consultiva na Reforma Tributária

Nesse cenário, a contabilidade deixa de ser apenas um registro burocrático para se tornar um apoio estratégico. Acompanhar de perto as mudanças permitirá identificar oportunidades de economia tributária, evitar riscos de autuação e manter a empresa em conformidade.

A consultoria contábil especializada será essencial para traduzir a complexidade da legislação em ações práticas. Isso inclui desde a simulação de cenários fiscais até o acompanhamento de testes nos sistemas e ajustes em tempo real.

Como a Philia Assessoria Contábil pode apoiar sua empresa

A Philia Assessoria Contábil, escritório de referência em Curitiba/PR, está preparada para conduzir empresas de diferentes portes nesse período de transição. Além da contabilidade tradicional, oferece suporte em áreas fiscal, trabalhista, tributária e de consultoria estratégica.

Seu diferencial está na combinação de proximidade com o cliente, equipe altamente qualificada e uso de tecnologia para simplificar processos e reduzir riscos. Ao lado de cada empresa, a Philia atua não apenas como prestadora de serviços, mas como parceira no desenvolvimento sustentável dos negócios.

Com a chegada da Reforma Tributária, contar com orientação especializada será o caminho mais seguro para atravessar essa mudança sem prejuízos. A Philia auxilia desde o planejamento inicial até a implementação prática nos sistemas e controles internos.

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