Nos últimos anos, empresas dos setores de eventos, hotelaria, alimentação e entretenimento puderam respirar aliviadas diante de um cenário de incertezas econômicas. Criado como resposta à crise causada pela pandemia, o PERSE (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos) ofereceu um importante fôlego financeiro para milhares de negócios pelo país.
No entanto, com a publicação do Ato Declaratório da Receita Federal em março de 2025, esse alívio chegou ao fim. A partir de abril, entra em vigor a reativação dos impostos federais que haviam sido suspensos, como IRPJ, CSLL, PIS e COFINS.
Neste artigo, vamos mostrar de forma clara o que foi o PERSE, quais os impactos da isenção fiscal encerrada, o que muda na prática com a volta da tributação, e como sua empresa pode se reorganizar para atravessar esse novo cenário com inteligência e equilíbrio financeiro.
O que foi o PERSE e por que ele chegou ao fim?
O PERSE foi instituído em 2021 como uma medida de apoio emergencial aos setores mais afetados pela pandemia da Covid-19. Com o objetivo de estimular a retomada econômica, o programa concedeu isenção total de tributos federais para empresas de áreas como eventos corporativos, shows, bares, casas de festa, hotéis e empresas de alimentação fora do lar.
Entre os tributos suspensos estavam:
- IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica),
- CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido),
- PIS (Programa de Integração Social),
- COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social).
Essa suspensão tributária estava prevista para durar até dezembro de 2026, mas a Receita Federal anunciou o fim do PERSE antes do prazo, alegando que o limite de R$ 15 bilhões em renúncias fiscais estabelecido pela Lei nº 14.592/2023 já havia sido atingido. A decisão pegou muitas empresas de surpresa, e o impacto tributário passou a ser motivo de preocupação — especialmente para quem não estava preparado para o aumento da carga fiscal.
Quais tributos voltam a ser cobrados?
Com o encerramento oficial do programa, as empresas voltam a recolher normalmente os quatro tributos suspensos. Abaixo, veja como essas cobranças afetam diretamente o caixa do negócio:
- IRPJ: geralmente cobrado com alíquota de 15%, podendo chegar a 25% quando há adicional sobre lucros acima de R$ 20 mil mensais.
- CSLL: alíquota padrão de 9% sobre o lucro da empresa.
- PIS: alíquota entre 0,65% e 1,65%, conforme o regime tributário (cumulativo ou não cumulativo).
- COFINS: varia entre 3% e 7,6%, também dependendo do regime adotado.
Para empresas que estavam usufruindo da isenção fiscal do PERSE, essa volta dos tributos federais em 2025 representa um impacto direto no faturamento líquido e exige uma revisão urgente na estrutura de custos e na precificação de produtos e serviços.
Como isso afeta o planejamento financeiro?
Imagine um restaurante que, ao longo dos últimos dois anos, estruturou seus preços e operações com base em um cenário tributário mais leve. Com a volta dos tributos, esse mesmo restaurante pode ver sua margem de lucro despencar — e, pior, sem poder repassar os custos imediatamente para o consumidor final sem correr o risco de perder competitividade.
O mesmo vale para empresas de eventos, casas noturnas, buffets e hotéis. O retorno das alíquotas federais representa um peso que pode comprometer investimentos, folha de pagamento e até mesmo a sobrevivência do negócio no médio prazo.
Por isso, o momento exige planejamento. E rápido.
Como reestruturar a empresa após o fim do PERSE?
Diante do novo cenário, empresários precisam adotar estratégias inteligentes para mitigar os impactos da reativação dos impostos federais. Algumas alternativas viáveis incluem:
- Revisar o regime tributário: para algumas empresas, o Lucro Presumido pode ser mais vantajoso que o Lucro Real — e vice-versa. Fazer essa análise com apoio contábil é essencial.
- Analisar a viabilidade de reenquadramento como Simples Nacional: se a empresa se enquadrar, essa pode ser uma forma de reduzir a carga tributária.
- Revisar preços de venda e margens: será necessário recalcular os custos considerando a nova tributação e ajustar o preço final, sempre que possível.
- Avaliar a estrutura de despesas fixas e variáveis: cortar excessos, renegociar contratos e enxugar processos pode fazer diferença no caixa.
- Investir em eficiência fiscal: avaliar a possibilidade de compensação de créditos tributários, reorganizar a escrituração contábil e manter a conformidade total com o Fisco.
É nesse momento que entra a importância de uma contabilidade estratégica, que não apenas cumpre obrigações, mas orienta, antecipa riscos e propõe soluções.
Vamos a um exemplo simples. Um bar faturando R$ 80.000 por mês, sem considerar o PERSE, teria um custo médio de:
- IRPJ + CSLL: até 34% sobre o lucro;
- PIS + COFINS: até 9,25% sobre o faturamento.
Com o PERSE, esse bar economizava mensalmente entre R$ 5.000 e R$ 7.000 em tributos. Com o fim do programa, esse valor passa a ser desembolsado novamente, o que representa quase R$ 84.000 ao ano — dinheiro que pode fazer falta para manter funcionários, pagar fornecedores ou investir em marketing.
Essa realidade, replicada para milhares de empresas em todo o país, mostra por que é tão urgente se antecipar e planejar a nova etapa.
A importância de um contador neste momento
Mais do que nunca, o contador deixa de ser apenas um responsável por enviar obrigações fiscais ao governo. Ele se torna uma peça-chave na sobrevivência e crescimento do negócio. É o contador quem pode ajudar a entender qual regime tributário é mais vantajoso, como declarar corretamente os tributos, quais mudanças valem a pena e como lidar com a transição da forma menos onerosa possível.
Empresas que tentarem atravessar essa fase sozinhas, baseadas apenas em intuição ou “achismo”, correm sérios riscos. Não se trata apenas de pagar mais imposto, mas de colocar em jogo toda a saúde financeira do negócio.
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