O Brasil está passando por uma das mudanças mais profundas no seu sistema tributário desde a redemocratização.
Com a aprovação da Reforma Tributária e a criação do IVA Dual (CBS e IBS), empresários de todos os setores precisam se preparar para uma nova forma de recolher impostos.
E não se trata apenas de um ajuste de alíquotas ou de nomenclaturas: o modelo do IVA (Imposto sobre Valor Agregado) muda a lógica de cobrança de tributos no país e terá efeitos práticos — e relevantes — sobre o caixa, a precificação, a estrutura fiscal e até o planejamento estratégico das empresas.
Se você é empreendedor e ainda não parou para entender o que isso significa para o seu negócio, este é o momento. Neste artigo, vamos explicar de forma simples e objetiva os impactos do IVA nas empresas, como ele será implementado, como será calculado, o que muda em relação ao sistema atual e quais cuidados tomar durante a transição.
O que é o IVA e como será aplicado no Brasil?
O IVA é um modelo tributário usado em mais de 170 países. Seu princípio é simples: cada empresa paga imposto apenas sobre o valor que ela agrega ao produto ou serviço, em vez de pagar sobre o total da operação — como ocorre atualmente no Brasil com a incidência de tributos cumulativos em diversas etapas da cadeia.
No Brasil, o modelo adotado será o IVA Dual, dividido entre:
- CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços): de competência federal, substitui o PIS e a COFINS;
- IBS (Imposto sobre Bens e Serviços): de competência estadual e municipal, substitui o ICMS e o ISS.
Esse novo sistema busca eliminar a cascata de impostos, aumentar a transparência e simplificar a arrecadação tributária. Mas para funcionar bem, exige que as empresas estejam com seus processos atualizados e seu controle fiscal em dia.
Como o novo IVA será calculado?
Para entender o funcionamento, imagine uma cadeia produtiva:
- Um fabricante vende um produto para o atacadista por R$ 100.
- O atacadista revende para o varejo por R$ 150.
- O varejo vende ao consumidor final por R$ 200.
No sistema atual, pode haver bitributação: cada etapa paga imposto sobre o valor total da operação, sem compensação clara dos tributos já pagos anteriormente.
No modelo do IVA, cada elo da cadeia paga imposto apenas sobre o valor agregado:
- O fabricante paga sobre R$ 100.
- O atacadista paga sobre os R$ 50 de valor agregado.
- O varejo paga sobre os R$ 50 finais.
Esse sistema será combinado com um mecanismo de crédito tributário, onde as empresas podem descontar os tributos pagos nas etapas anteriores, reduzindo o valor final a recolher. A alíquota combinada do IVA no Brasil deve ficar entre 25% e 28%, dividida entre CBS e IBS.
Cronograma de implementação do IVA no Brasil
A transição será gradual, para dar tempo às empresas se adaptarem. O cronograma é o seguinte:
- 2026: início da cobrança de uma alíquota teste da CBS e IBS, com redução proporcional de PIS, COFINS, ICMS e ISS.
- 2027: extinção definitiva do PIS e COFINS; a CBS entra em vigor plenamente.
- 2029 a 2032: redução progressiva do ICMS e ISS.
- 2033: implementação total do novo sistema com CBS e IBS substituindo completamente os tributos anteriores.
Durante esse período de sete anos, empresas precisarão conviver com dois sistemas tributários em paralelo, exigindo atenção redobrada no planejamento e na execução fiscal.
E como isso afeta cada tipo de empresa?
Os efeitos variam conforme o regime tributário e o tipo de atividade. Veja alguns exemplos:
Simples Nacional
Empresas optantes do Simples não serão atingidas diretamente no primeiro momento, mas precisarão se adaptar ao novo modelo caso ultrapassem o limite de faturamento ou mudem de regime. Além disso, fornecedores e clientes fora do Simples passarão a adotar o IVA, o que pode afetar o preço e a competitividade do pequeno negócio.
Lucro Presumido
Para essas empresas, o impacto pode ser significativo. Muitas hoje operam com margens estreitas e poucos insumos dedutíveis, o que pode aumentar a carga tributária final. Será preciso revisar a composição de custos e o uso de insumos que gerem créditos.
Lucro Real
Apesar de serem as mais preparadas para lidar com o novo modelo, empresas do Lucro Real terão que revisar seus sistemas, integrar controles de crédito e débito do IVA e atualizar regras fiscais nos ERPs. O impacto pode ser neutro ou até benéfico, dependendo da estrutura de operações.
Setor de serviços
Empresas de serviços são as que mais precisam ficar alertas. Muitas vezes possuem baixa possibilidade de abatimento de créditos, o que pode elevar o imposto pago sobre o valor total da receita. Isso exigirá repensar a formação de preço e buscar eficiência operacional.
Os desafios da adaptação
Embora o IVA prometa mais simplicidade no futuro, o processo de transição será desafiador. Empresas precisarão investir em:
- Treinamento de equipe fiscal e contábil;
- Atualização de sistemas e ERPs;
- Revisão de processos internos;
- Simulações de impacto para ajuste de preços e margens.
É natural que muitos empresários sintam insegurança nesse período. Afinal, mudar um sistema tributário nacional não é uma tarefa simples, e as dúvidas ainda são muitas.
Mas, com planejamento e orientação adequada, é possível atravessar esse processo de forma mais tranquila — e até encontrar oportunidades de otimização.
Por onde começar?
- Faça um diagnóstico fiscal da sua empresa para entender como será afetada.
- Converse com seu contador sobre os créditos e débitos que poderão ser usados no novo modelo.
- Estude o impacto do IVA na formação de preços e na margem de lucro.
- Avalie se o regime tributário atual continuará sendo o mais vantajoso.
- Atualize o seu sistema de gestão para acompanhar o novo formato de apuração de impostos.
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